sindicato de professores

Cpers é contra obrigatoriedade do retorno presencial da rede de ensino

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A classe dos professores é contra a decisão do governo do Estado em tornar obrigatório o retorno de aulas presenciais em todas as redes de ensino. A posição foi reafirmada pela presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer, em entrevista à Rádio CDN na manhã desta quinta-feira. A representante classificou a medida como um "contrassenso".

Governo do Estado torna obrigatório o retorno das aulas presenciais em todas as redes de ensino

- Novamente, foi uma decisão de gabinete, sem ouvir a comunidade escolar e nem os pais, que estão muito preocupados - declarou Helenir.

A decisão do Estado foi anunciada após uma reunião entre o governador,  Eduardo Leite (PSDB), e o gabinete de crise. O pedido, realizado pela Secretaria da Educação (Seduc), solicitava a obrigatoriedade das aulas presenciais para estudantes da Educação Básica, que compreende a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, de todas as redes de ensino do Estado (estadual, municipal e privada). A data para este retorno obrigatório ainda não foi divulgada.

AÇÃO NA JUSTIÇA

O sindicato não vai entrar na Justiça contra a obrigatoriedade.

- O Cpers não representa os pais. Não podemos entrar na Justiça com uma representação em nome de pais e alunos. Nós representamos professores e funcionários, que em sua grande maioria estão vacinados. Teria que ser uma ação de alunos e pais na Justiça para garantir o direito de ir ou não à escola - explica Helenir.

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A entidade defende a exigência de comprovante de vacinação para professores, funcionários e estudantes acima de 12 anos. Helenir relata que ainda existem casos de professores e alunos contaminados e que muitas escolas não reúnem condições de segurança sanitária.

- O governo poderia ter aproveitado todo esse tempo em que as escolas ficaram fechadas para deixar tudo em condições, mas não o fez. Continuamos na mesma. O governo tem feito muitos anúncios megalomaníacos, mas quem vive a Educação nas escolas sabem das grandes dificuldades - falou a presidente do Cpers, em referência ao pacote de R$ 1,2 bilhão do Avançar Educação anunciado em 14 de outubro.

REPERCUSSÃO

Pelo Twitter, o médico infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Alexandre Zavascki, se manifestou sobre a decisão do governo do Estado. O especialista criticou o retorno obrigatório das aulas a poucas semanas do fim do ano letivo:

- Por que motivo não iniciar no início da ano letivo com adequado planejamento de pais, professores, escolas e, princialmente, alunos? Crianças que tiveram adaptação de quase dois anos ao ensino remoto terão de retornar de pronto para atividades presenciais em salas lotadas e mal ventiladas no momento mais decisivo do ano letivo. Crianças cujos pais optaram pelo ensino presencial pelo fato das escolas estarem com capacidade limitadas serão beneficiadas? Como? As medidas de controle nas escolas não são mais necessárias? O que foi realizado pelo Rio Grande do Sul para melhorar a condição das escolas?

Zavascki, que é membro da diretoria da Sociedade Rio-grandense de Infectologia (SRGI), também salienta que o Estado segue com taxas moderadas a altas de infecções, e que os casos em escolas não são eventos ocasionais. O médico também comentou sobre o avanço da vacinação em adolescentes de 12 anos ou mais, cujo esquema ainda está em andamento, além da perspectiva de aprovação da vacina para crianças de 5 a 11 anos. 

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